terça-feira, 27 de maio de 2008

Fauna e Flora da Ribeira das Jardas - Parte 2

Aqui ficam mais algumas espécies que atestam a biodiversidade da Ribeira das Jardas. Ainda muitas mais faltam.

Cana comum (Arundo donax)
Habitat:

Margens de cursos de água doce, sebes de campos agricolas, muito utilizada em zonas de grande intensidade do vento para protecção das culturas.

Distribuição geográfica:
Originária do Sul da Ásia, introduzida em todo o mundo e presente de Norte a Sul de Portugal.


Observações: Espécie invasora, que frequentemente causa graves impactos na flora ribeirinha autóctone.






Silvas, Silvado (Rubus ulmifolius)
Caracterização morfológica:
É um arbusto, vivaz, com compridos caules arqueados e munidos de acúleos pontiagudos. Os rebentos, turiões, são robustos, angulosos e também armados de acúleos robustos, recurvados (falcados), pilosos.Folhas imparifoliadas, 3-5 folíolos pequenos, peciolados, serrados, com o folíolo terminal ovado e longamente peciolulado, página inferior esbranquiçada.As flores, levemente rosadas ou menos vezes brancas, são hermafroditas com 5 sépalas aciculadas e 5 pétalas enrugadas, estames e carpelos ¥ (indefinidos). Floração – Maio a Agosto. Os frutos, as deliciosas amoras silvestres, são múltiplos de drupéolas, coerentes, vermelhas tornando-se pretas quando maduras. Estes frutos são de grande importância como aliemento para diversos animais, como os pássaros.

Habitat:
Ocorre em matos, bosques, clareiras ou formando sebes, locais de alguma humidade como à beira de cursos de água e nitrófilia (higro-nitrófila).

Distribuição:
Encontra-se difundida por todo o país.

Eucalipto (Eucalyptus globulus)

Taxonomia:
O Eucalipto Eucalyptus globulus é uma angiospérmica dicotiledónea, também denominada uma folhosa. Pertence à ordem das Mirtale, família das Mirtáceas, género Eucalyptus, sendo a espécie Eucalyptus globulus a mais comum e economicamente importante em Portugal. Existem em todo o mundo cerca de 600 espécies diferentes de eucalipto. Esta que predomina em Portugal é originária da Tasmânia e Austrália.

Descrição:
Árvore de grande porte, com uma altura que pode atingir os 70 - 80 m em árvores adultas velhas. O tronco é alto e recto se a árvore estiver inserida num povoamento florestal. A casca é lisa, cinzenta ou castanha. As folhas são persistentes e têm forma e aspecto diferentes conforme a árvore está numa fase de crescimento juvenil ou adulta. As folhas juvenis são sésseis, de forma ovada, cor glauca e com inserção, no ramo, oposta. As folhas adultas são alternadas, longas e lanceoladas, tendo um pecíolo comprido e cor verde brilhante. As flores são grandes, sésseis e de cor branca. Os frutos são cápsulas lenhosas.

Distribuição Geográfica:
Originário da Austrália e Tasmânia. Foi introduzido em Portugal em meados do século XIX. Existe igualmente em Espanha e em França.Em Portugal, prefere regiões litorais e de baixa altitude, inferior a 700 m.

Condições ambientais:
Prefere climas temperados húmidos. Suporta mal o ensombramento. Tolera bem todos os tipos de solos, com excepção aos calcários. Resiste bem ao encharcamento e mal ao vento.

Propagação:
Propaga-se por semente e por estaca, em estufa. Quanto se corta um eucalipto, volta a rebentar por toiça nascendo cerca de três a quatro varas; são chamados os povoamentos de 2ª rotação.

Curiosidades:
A esta espécie de Eucalipto foi dado o nome de globulus em virtude dos seus frutos lembrarem os antigos botões do vestuário.Devido às condições ecológicas excepcionais que esta espécie pode encontrar entre nós, existem muitos exemplares de grande porte, os maiores dos quais ultrapassam os 10 metros de perímetro à altura do peito.
Espécie invasora. As suas poderosas raízes podem afectar outras espécies e a nivel arqueológico, podem provocar graves danos no património.

Utilizações:
As sua principal utilização é a produção de madeira para pasta celulósica. As suas flores são também muito procuradas pelas abelhas para produção de mel.As folhas de Eucalyptus globulus possuem um óleo essencial denominado cineol ou eucaliptol que tem propriedades balsâmicas e antissépticas. É empregue, na forma de infusão ou de rebuçados, contra bronquites e catarros. Alternativamente, é possível ferver um conjunto de folhas em água, e inalar os vapores, com uma toalha na cabeça. (Fonte:Naturlink)



Melro-preto (Turdus merula)


Identificação e caracteristicas:
O Melro-preto (Turdus merula) é uma das espécies mais típicas e abundantes da nossa fauna, sendo conhecida pela generalidade das pessoas. Uma das razões que justificam a sua popularidade é a conspicuidade da sua plumagem, com particular destaque para os machos: plumagem integralmente de cor negra e com um bico alaranjado de tons vivos. As fêmeas são normalmente de cor castanha escura, apresentando uma maior variação de cores. O peito, a barriga e os flancos são normalmente malhados e a garganta é mais clara que o resto da plumagem. O bico não apresenta as cores vistosas dos machos.


Distribuição:
É uma das espécies mais abundantes da avifauna europeia e portuguesa, tendo sido introduzida em muitos outros locais (e.g., Austrália, Nova Zelândia). No Atlas das Aves que Nidificam em Portugal Continental (Rufino, 1989) foi uma das poucas espécies registadas em todas as folhas de registo. Aparentemente é comum tanto no Norte, como no Sul do País.


Estatuto de conservação:
É uma espécie não ameaçada em Portugal. Em termos europeus apresenta um estatuto de conservação favorável, sendo englobada na categoria SPEC 4 (SPEC corresponde a Species of European Conservation Concern – espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu) pelo facto da população europeia ser relevante em termos mundiais.


Habitat:
Em Portugal o Melro frequenta uma enorme diversidade de habitats, como uma grande variedade de sistemas florestais e agro-florestais, pomares, jardins, parques, zonas de culturas agrícolas com sebes vivas, zonas arbustivas de toda a natureza, desde que sejam relativamente densos, áreas de matos, zonas húmidas com sebes vivas, entre outros. É apenas mais escasso nas áreas mais secas e com pouca vegetação arbórea ou arbustiva do interior do país.


Alimentação:
A sua alimentação é composta por numerosos insectos, anelídeos e uma grande variedade de frutos silvestres e cultivados. Os invertebrados são normalmente capturados no solo, entre a manta morta dos bosques, em relvados ou em prados. São, todavia, bastante eclécticos, podendo comer pequenos peixes, tritões, girinos, lagartixas, pequenos micromamíferos, como musaranhos, entre outros.


Reprodução:
Os melros podem realizar duas ou três posturas por ano, sendo a primeira normalmente nos meses de Março ou Abril. Os ninhos são construídos relativamente perto do solo e geralmente num arbusto. As posturas são compostas por 3 a 4 ovos, mais raramente por 2 ou 5 ovos. O número médio de ovos na segunta e terceira postura é de 4 ovos. Os ovos apresentam as dimensões aproximadas de 29,5 mm x 21,5 mm, sendo de uma cor verde-suave ou verde-esverdeado, com manchas ou pontos avermelhados cor de ferrugem. São incubados durante um período que varia entre os 13-15 dias, na sua grande maioria pela fêmea. Os juvenis são alimentados durante as duas semanas que permanecem no ninho, a que se adiccionam mais duas semanas.


Movimentos:
Em Portugal é uma espécie residente. Na Europa as populações das regiões mais setentrionais são migradoras e as meridionais são sobretudo residentes. Na Península Ibérica o número de efectivos presentes é acrescido durante o Inverno por indivíduos migradores, que invernam neste território durante o período compreendido entre Outubro e Março.


Curiosidades:
O Melro é uma ave pouco gregária e mesmo durante o Inverno não é frequente observar mais de um ou dois exemplares juntos. Contudo, em alguns locais da sua área de distribuição (por exemplo, na Ilha do Corvo, no Arquipélago dos Açores) é frequente observar esta espécie em pequenos bandos, que se alimentam nos pastos agrícolas aí existentes. (Fonte: Naturlink)

Minhas observações:
É normal quem passeia pelo parque observar estes pássaros a voarem para o leito seco da ribeira, apanharem bichinhos e voarem de volta para a segurança das árvores.

Por hoje é tudo. Amanhã há mais.

Mapa da Bacia Hidrográfica da Ribeira das Jardas

Ora hoje como (não) tinha que fazer, dediquei me a explorar a Ribeira das Jardas através do Google Earth e decidi elaborar um pequeno mapa da Ribeira com alguns locais importantes. Sempre dá para ter alguma ideia da dimensão, embora seja dificil perceber os pequenos afluentes.
Aqui fica ele:

Bacia Hidrográfica

O território do concelho de Sintra encontra-se parcialmente englobado pelos Planos de Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste (73%) e do Tejo (27%).Entende-se por bacia hidrográfica as porções de território drenadas por um curso de água ou por um sistema interligado de cursos de água, os quais transportam, além de água, sedimentos, materiais dissolvidos e nutrientes vários até um ponto comum: a desembocadura ou a secção de referência da bacia.No concelho de Sintra existem 11 bacias hidrográficas, das quais 3 estão totalmente inseridas no concelho.As restantes bacias pertencem ao concelho de Sintra e ao concelho de Mafra, a norte, ao concelho de Oeiras e Cascais a sul, e ao concelho de Loures a este.Existem ainda pequenos cursos de água que drenam directamente para o oceano atlântico, dos quais se destacam a Ribeira do Cameijo, que nasce a NW da Várzea de Sintra e tem a sua foz na praia das Azenhas do Mar.




Bacia Hidrográfica a que pertence a Ribeira das Jardas

A Ribeira de Barcarena inclui a Ribeira da Jarda, que passa na malha urbana do Cacém, e a Ribeira dos Ossos que desagua na praia de Caxias, em pleno concelho de Oeiras. O seu curso de água é o mais comprido das ribeiras que afluem ao estuário do Tejo, percorrendo um total de 19,2 km. A Ribeira de Barcarena nasce a 310 m de altitude, a sul da povoação de Almornos numa área ainda com características rurais, onde se observam campos agricolas.
A área da sua bacia é de 33.6 Km2, ocupando um perímetro de 45.2 Km. A forma da bacia é alongada e estreita. Cerca de 10% da área da bacia hidrográfica, no concelho de Sintra, é urbanizada. No troço a jusante da Abelheira até ao limite do concelho, a ribeira encontra-se ladeada por edificações que nascem a menos de 25m do curso de água principal. Na secção do curso de água junto a Mira-Sintra, na Quinta de Fitares podemos encontrar uma zona da ribeira meandrizada, onde ainda é possível observar-se algum porte arbóreo junto ao curso de água.

Fonte: Plano Municipal de Ambiente, Empresa Nemus, Gestão e Requalificação Ambiental, LDA

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Fauna e Flora da Ribeira das Jardas - Parte 1

Durante as minhas prospecções na ribeira, tenho me deparado com uma variedade de seres que atestam bem a riqueza desta ribeira.
Ficam então alguns daqueles que consegui identificar:

Pato real (Anas platyrhynchos)
O Pato-real mede cerca de 55 cm de comprimento, o que o torna numa ave facilmente identificável em voo, com o seu corpo robusto e asas ligeiramente arredondadas. Plumagem: O macho tem a cabeça verde, colar branco no pescoço, peito cor de ferrugem e o resto do corpo acinzentado. A fêmea tem tom uniforme acastanhado. Os juvenis assemelham-se às fêmeas adultas. O voo do pato-real é relativamente rápido, sendo muito característico desta espécie o assobio das asas durante o voo. A parte superior do corpo é bastante colorida, sobressaindo os tons azul esverdeados da cabeça no macho. A parte inferior é de um modo geral clara, excepto o peito que é castanho avermelhado. A cauda é curta e termina com 2 ou 3 penas enroladas para cima. O bico é amarelo, de comprimento médio e achatado.

Habitat
: Encontra-se em todos os tipos de zonas húmidas, particularmente nos estuários. Quanto à nidificação, os habitats de localização do ninho podem ser variadíssimos.

MOVIMENTOS/MIGRAÇÕES: As populações da bacia mediterrânica são fundamentalmente residentes, com dispersões frequentes após a época de nidificação. Esta ocorre cedo, a partir de Fevereiro, e as ninhadas ficam a cargo das fêmeas. Os machos dispersam-se e iniciam a muda. No Verão e início do Outono verificam-se grandes concentrações destas aves, começando no final do Outono e Inverno o acasalamento e dispersão novamente pelas áreas de nidificação.

Alimentação: É uma espécie omnívora e oportunista, com uma vasta variedade na sua dieta e tipo de alimentação. A diversidade do comportamento alimentar permite o uso diverso de habitats variados, o que também se reflecte na lista extensa de alimentos já registados para a espécie. Entre outros, contam-se plantas aquáticas, cereais, leguminosas, insectos, moluscos, peixes, etc.

Reprodução/POSTURAS: São compostas por 9 a 13 ovos. O ninho consiste numa ligeira depressão com ervas, folhas e por vezes alguns ramos, sendo construído pela fêmea. INCUBAÇÃO: Dura cerca de 27 a 28 dias. CRIAS: São nidífugas e alimentam-se sozinhas, demorando 50 a 60 dias. Estudos realizados no Norte da Europa demonstraram taxas de eclosão de 52,7 por cento a 83,1 por cento e uma média de 7 crias emplumadas por ninhada.
Minhas observações:
Este trata-se talvez do animal que mais simpatia colhe por parte dos habitantes de Agualva-Cacém. É frequente ver as fêmeas a alimentarem-se na ribeira rodeadas de patinhos. As pessoas que passeiam pelo parque frequentemente levam pão para darem aos patos.
Não é raro o dia que se vêem as pontes que atravessam a ribeira, cheias de pessoas a observarem as familias de patos.
É de notar ainda que as primeiras ninhadas deste ano já nasceram e os pequenos patinhos estão já do tamanho dos progenitores. É incrivel o número de fêmeas com ninhadas que foi possivel obesrvar este ano!
Galinha d´agua (Gallinula chloropus)
Uma ave com cerca de trinta e três centímetros que habita pantanos,charcos,lagos e rios com margens ricas em vegetação.É uma ave tímida e muito activa,que emite um grito de aviso e mergulha quando se sente ameaçada.Alimenta-se de algas,bagas e frutos,ocasionalmente de insectos e vermes.Constrói o ninho com matérias vegetais em canaviais ou na vegetação sobre a agua onde faz uma postura que vai de cinco a onze ovos que são incubados por ambos os membros do casal.Os juvenis nascem decorridos cerca de vinte dias e começam a nadar nas primeiras horas de vida.

Minhas observações:
Antes das obras do Polis, era muito frequente ver estes animais a deambularem na vegetação que crescia no leito da ribeira, junto à antiga ponte. Hoje em dia é raro vê-las...

Lapas de água-doce (Ancylus fluviatilis)
Genero de pequena lapa de água doce. Tratam-se de gastrópodes pulmonados da familia Ancylidae. Encontra-se frequentemente a pastar algas em cima de rochas ou por baixo destas.

Minhas observações:
Encontrei esta espécie nos troços mais a montante do rio. É provável que as recentes obras de regularização da ribeira tenham eliminado este seres das zonas próximas do cacém de baixo, devido ao constante movimento de máquinas pesadas no leito da ribeira.


Rã verde (Rana perezi)
Rã-verde ou Rã-comum, Rana perezi, é o anfíbio mais abundante e fácil de observar em Portugal. Geralmente não ultrapassa os 7 cm de comprimento. Possui olhos proeminentes, próximos entre si, com pupila horizontal. Os tímpanos, situados atrás dos olhos, são bem visíveis, o que a distingue da Rã-ibérica (R. ibérica). Os membros posteriores são compridos e com membrana interdigital bem desenvolvida. Distingue-se facilmente da Rã-de-focinho-ponteagudo (Discoglossos galganoi) porque os membros posteriores, quando esticados na direcção do focinho o ultrapassam. A coloração dorsal é esverdeada ou acastanhada (por vezes surgem exemplares muito escuros) com manchas escuras de disposição irregular. Tem duas pregas glandulares muito marcadas dorso-lateralmente e com frequência possui uma linha vertebral verde clara. Ventralmente é esbranquiçada com manchas cinzentas de tamanho variável.
ALIMENTAÇÃO: A sua dieta inclui diversos tipos de invertebrados tais como insectos, aracnídeos, moluscos e miriápodes. Também podem comer vertebrados como pequenos peixes e outros anfíbios. Conhecem-se alguns casos de canibalismo. Os girinos alimentam-se de algas e detritos.
REPRODUÇÃO: Em Portugal a época de reprodução ocorre, em geral, entre Março e Julho. Os machos atraem as fêmeas através do coachar (que se ouve a grandes distâncias) e abraçam-nas pelas costas (amplexo axilar). A fêmea deposita entre 800 e 10000 ovos em cachos soltos ou prende-os à vegetação. As larvas eclodem poucos dias após a postura e o seu desenvolvimento é lento. A maior parte das metamorfoses dão-se em Julho ou Agosto, mas são conhecidos casos em que os indivíduos passam o Inverno no estado larvar. A maturidade sexual é atingida aos 4 anos e podem atingir os 10 anos de vida.
Minhas observações:
Quem passear durante estes dias ao longo das margens da ribeira, irá certamente ouvir o coachar destes animais. Chegou a época de acasalamento!

Ratazana dos esgotos ou ratazana castanha (Rattus norvegicus)
Espécie de grandes dimensões e robustez, o seu peso varia entre 200 e 500 g . A distância entre a extremidade do focinho e a base da cauda varia entre 21 e 27 cm e a cauda tem uma dimensão inferior. As orelhas são pequenas, não atingem os olhos quando rebatidas, o focinho é achatado. Os olhos são pequenos. Pelagem da região dorsal escura, castanha-acinzentada por vezes avermelhada na parte posterior, regiões laterais mais claras, região ventral e membros de cor branca acinzentada. Cauda bicolor, mais escura na parte superior. Pelagem áspera.

Alimentação: Espécie omnívora, com uma dieta muito variada, devido à sua grande proximidade ao homem, mas tendo preferência por alimentos com teores elevados de proteína e hidratos de carbono. Comem grandes quantidades de cada vez, num total de 25 a 30 g por dia. Não subsistem sem água.
Hábitos:
Apresenta uma antropofilia marcada, colonizando preferencialmente lixeiras, esgotos, jardins, muros, ribeiras, canais de rega e drenagem, instalações pecuárias, bermas de estradas, instalações industriais e marachas costeiras. São excelentes nadadores, podem manter-se debaixo de água cerca de 30 segundos (!) e podem entrar nos edifícios através das canalizações. No exterior os ninhos são normalmente subterrâneos e cavam galerias. Dentro dos edifícios os ninhos são construídos com materiais moles localizando-se preferencialmente nos pisos inferiores, por baixo ou atrás de mobiliário ou equipamentos fixos, entre pilhas de produtos armazenados. Roem preferencialmente madeira e cabos eléctricos. A sua actividade é essencialmente nocturna com picos ao anoitecer e ao amanhecer. Quando as populações presentes são grandes, são perturbadas ou têm fome, é frequente a actividade diurna. O raio de acção é de cerca de 30 a 50 m. Passam através de pequenas aberturas (cerca de 1.3 cm).
Minhas observações:
Não é raro observar estes seres nas margens da ribeira, ao longo do parque. Mostram-se sem medo das pessoas e passeiam-se ao longo das margens mesmo durante o dia. Não é raro vê-las a nadarem de uma margem para outra. Penso que se poderem apanhar uma pata distraida, sem dificuldades irão atacar os patinhos mais pequenos ou alguma rã menos atenta.


Algas filamentosas (Spirogyra, Anabaena, Oscillatoria, Lyngbya, Pithophora spp)
Algas filamentosas verdes, caracteristicas de águas com excessos de nutrientes. Tanto ocorrem em águas estagnadas como em águas correntes.
Minhas observações:
Quem for dar uma volta agora ao longo da ribeira, vai reparar que o leito da ribeira encontra-se coberto por estas algas. Penso que se trata de uma consequência dos esgotos que ainda são despejados para a ribeira e são uma prova da eutrofização deste curso de água.
Algumas notas:
Até agora não consegui detectar nenhuma planta verdadeiramente aquática.
Também não consegui detectar nenhuma planta flutuante.
Felizmente não detectei Gambusias na Ribeira (Gambusia holbrooki) (pequenos peixes que foram introduzidos em Portugal para controlo de mosquitos, mas que se tornaram uma verdadeira praga), apesar de existirem fontes e tanques perto da Ribeira que possuem colónias destes peixes.
Infelizmente já detectei a presença da temivel praga que são os lagostins vermelhos, (Procambarus clarkii) ou também designados lagostins do Louisiana.
Detectei uma espécie de peixes e várias espécies de plantas e árvores marginais.
Fica a promessa de um próximo tópico com a identificação de mais espécies.

Ribeira das Jardas - Apresentação





Breve História

A ribeira que nasce a 310 m de altitude, na serra da Piedade, freguesia de Almargem do Bispo, a sul da povoação de Almornos, toma diversos nomes: Ribeira de Vale de Lobos depois ao passar por Meleças e Rinchoa, Ribeira das Jardas ou Ribeira da Jarda, após Agualva-Cacém, Ribeira do Papel, depois Ribeira dos Ossos e finalmente em Barcarena toma o nome de Ribeira de Barcarena e desagua na praia de Caxias.
No sitio de Agualva, o curso da Ribeira das Jardas ou da Água Alva demarcava, desde o século XII, os limites administrativos e paroquiais, pertencendo Agualva e outros lugares da margem esquerda da ribeira ao termo de Lisboa e à freguesia de Belas, enquanto Cacém, São Marcos e demais lugares da margem direita estavam integrados no termo de Sintra e faziam parte da freguesia de Rio de Mouro.
Num passado mais recente a Vila do Cacém era conhecida pelas suas quintas e pelas suas águas límpidas, que corriam na Ribeira das Jardas e que de acordo com documentos da época terá sido a origem do nome Agualva (do latim Aqua Alba).
Associado a esta Ribeira, existe um ecossistema ripicola muito importante, bem como diverso património histórico e arqueológico.

A Ribeira das Jardas ou Ribeira da Jarda é então o curso de água que passa na minha cidade.
Pensei em criar este blog tendo em vista dedicar um espaço na net a este recurso natural que tanta diferença faz às vidas de quem por cá vive.
Este espaço será pois, dedicado não só a expôr as maravilhas naturais desta pequena ribeira, mas também a mostrar algumas "coisas erradas" que afectam a saúde deste "pulmão verde".