segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fauna e Flora da Ribeira das Jardas - Parte 3 (Os Peixes)


Que peixes são possiveis de encontrar na Ribeira?

Após uma pesquisa na net, aqui ficam alguns excertos sobre este tema:


“...eu digo que são o mesmo peixe porque houve uma altura em que ia aos polvos aqui no Tejo com um amigo e para iscar as polveiras utilizava-mos precisamente esse peixe que apanhava-mos com uma fateixa aqui na ribeira de Caxias, a concentração era tal que para as apanhar bastava lançar a fateixa e puxar, em dez nove eram garrentos. Quanto ao garro acredito mais que seja uma defesa a águas poluídas visto que as grandes que apanhava-mos também apresentavam essa característica. “
http://www.pescaemsintra.com/phpBB3/viewtopic.php?f=46&t=4000&p=40304&hilit=+caxias#p40304


“A ligação entre Lisboa e Sintra por caminho-de-ferro apressa o aumento demográfico marcando o destino de Agualva-Cacém. Para trás ficam os tempos em que a ribeira das Jardas fertilizava as terras e movia as azenhas, oferecendo-se aos banhos da miudagem, aos amantes da pesca e aos piqueniques das famílias em férias.”
http://www.malhatlantica.pt/esferreiradias/hist_ag_cacem.htm


“Terra com algumas tradições, citamos por exemplo o uso da Ribeira das Jardas como zona de veraneio, lavagem de roupa e pesca; a caça organizada ao lobo e raposas por desporto e para redução destas espécies que devoravam as galinhas e os rebanhos de cabras e ovelhas, bem como a prática de cavalgar, que ainda hoje se pratica nas duas Escolas Equestres existentes na Freguesia.”
http://www.jf-cacem.com.pt/category/12.html


“Não foram encontrados peixes, mas os participantes dizem que custumam encontrar enguias junto ao lugar 1 (Ponte) “
http://missanga.org.googlepages.com/ProjectoRios1.27Out07.relatoriofinal.pdf


“Já recuperada da última descarga ocorrida há cerca de dois anos, a Ribeira de Barcarena já permitia a pesca das enguias, pelo que se podiam ver frequentemente pescadores nas suas margens.”
http://www.guiadacidade.pt/portugal/index.php?G=artigos.index&artid=13482&distritoid=11


“...Ribeira de Barcarena fosse um dos cursos de água com mais vida, chegando a serem pescadas enguias com 50 centímetros de comprimento.”
http://www.guiadacidade.pt/portugal/index.php?G=artigos.index&artid=12777&distritoid=11


“Carcaças de aves a apodrecer nas margens, enguias e bogas mortas no fundo das águas são alguns dos vestígios deixados...”
http://dn.sapo.pt/2006/07/04/cidades/descarga_poluentes_mata_aves_e_peixe.html



“Anuário de Pesca Desportiva de Carlos Bonniz ? Quem tem ? Relata os primórdios da competição em Portugal e algumas tentativas de povoamento na Ribeira de Colares e na Ribeira das Jardas....”
http://www.pescaemsintra.com/phpBB3/viewtopic.php?f=38&t=4488




Resumindo, através do excertos encontrados na net pode-se dizer que existem:

- Enguias e Bogas, na Ribeira propriamente dita.
- Na sua foz e na praia de Caxias é possivel encontrar “garrentos”, liças/tainhas, sargos, robalos, etc.


Eu por mim, posso dizer que enguias nunca vi, mas no troço do rio junto à zona da estação de Mira-Sintra, já avistei alguns cardumes de pequenos peixes, que julgo serem uma espécie de bogas ou algum peixe semelhante, pois são pequenos (5-7cm) e delgados e nadam a meia-água.
Junto à escola António Sérgio também observei um pequeno cardume destes peixes e observei ainda alguns peixes pequenos e alongados entre as algas e junto ao fundo. Penso que se tratam provavelmente de verdemãs.

Junto à Igreja de Barcarena, observei que existe uma pequena fonte que está carregada de gambuzias. Esperemos que ninguém tenha a infeliz ideia de introduzir estes pequenos peixes na Ribeira.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Projecto Rios - Ribeira de Barcarena

Encontrei na net um projecto interessantissimo sobre a monitorização da Ribeira! Fica aqui uma visão deste projecto que pode ser consultado no seguinte link: http://missanga.org.googlepages.com/projectoriosbarcarena

"
Projectos
2007
Âmbito Nacional Indicações Recomendações

Projecto Rios - Ribeira de Barcarena

O que é o Projecto Rios?
O Projecto Rios, criado em Espanha pela “Associació Habitats para Projecte RIUS Catalunya”, é um projecto de inspecção de rios que permite, a todas as pessoas que o desejem, aproximarem-se e observar atentamente o rio, numa perspectiva de monitorização.

Porquê na Ribeira de Barcarena?
Devido a vários factores sócio-económicos a região de Oeiras, Cascais e Sintra, nos últimos anos, ficou densamente povoada trazendo alguns problemas de equilíbrio Homem-Natureza. Especificamente na Ribeira de Barcarena, tais fenómenos são claramente visíveis.
Actualmente a Ribeira de Barcarena tem alguns problemas; uns fáceis de percepção como o cheiro e a cor da água ou como a má utilização das margens, outros de ordem mais técnica, como a utilização dos leitos de cheia ou como os preocupantes indicadores físico-químico e biológicos da qualidade da água.
A acção desconcertada do Homem desenvolveu inúmeras agressões ao meio ambiente que, consequentemente, desenvolveu inúmeras agressões a si mesmo. Torna-se, então, coerente, numa perspectiva da reversibilidade, o Homem contribuir para o seu bem-estar a partir do renovado equilíbrio Natureza-Homem.

Entidades envolvidas
Assim, surge, com grande pertinência, a realização do “Projecto Rios” na Ribeira de Barcarena numa implementação realizada por toda a comunidade interessada, integrada nos Objectivos Fundamentais de Políticas de Gestão de Recursos Hídricos do Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo com a Organização Missanga como entidade promotora, em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)/Projecto Rios.

Actividades
No dia 31 de Março de 2007 decorreu a primeira saída de campo. Foi uma saída de caracterização geral com o objectivo de seleccionar um troço de 500m para estudo de pormenor. O percurso pressupôs uma caminhada junto às margens da Ribeira entre a Fábrica da Pólvora e a praia de Caxias, local onde desagua a Ribeira.
No dia 19 de Maio de 2007 decorreu a primeira saída de caracterização de pormenor, num troço de 500m entre a rotunda de Barcarena (quem vai para Leceia) para jusante. A caracterização foi desenvolvida analisando os seguintes tópicos: Ilustração do esquema do troço; Hidrogeomorfologia; Ecossistemas: Fauna e Flora; Macro invertebrados; Caracterização Físico-Química e inspecção de colectores; e Ambiente e Património Cultural.
No fim dos trabalhos de campo, com todos os participantes, foram realizadas as conclusões e avaliação finais. O relatório referente ao ano meteorológico 2006/07 pode ser consultado em ProjectoRios.RibBarcarena2006/07.pdf. As fotografias das actividades do ano meteorológico 2006/07 estão disponíveis aqui (31 de Março) e aqui (19 de Maio).
Ainda referente ao ano meteorológico 2006/07, a Organização Missanga esteve presente no I Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países Lusófonos e Galiza, entre os dias 24 e 27 de Setembro, em Santiago de Compostela, Espanha, através da publicação do artigo, em parceria com a FEUP, "O envolvimento da população na reabilitação de um rio urbano (Barcarena - Oeiras)".

No ano meteorológico de 2007/08 que já iniciou, decorreu no dia 27 de Outubro a primeira actividade do Projecto Rios - Ribeira de Barcarena, a 2ª saída de pormenor / formação, com cerca de 40 participantes. As fotografias estão disponíveis aqui. O relatório pode ser consultado aqui. A saída de caracterização geral do troço montante da ribeira de Barcarena decorreu no dia 1 de Dezembro. As fotografias estão disponíveis aqui.

Para este ano meteorológico estão ainda previstas as seguintes actividades:
- 3ª saída de pormenor / formação no âmbito da gestão da qualidade da água em recursos superficiais (Abril / Maio de 2008);
- Elaboração do livro "A Bacia hidrográfica da Ribeira de Barcarena". "


Retirado de/ver mais em: http://missanga.org.googlepages.com/projectoriosbarcarena

A Gruta de Colaride










A gruta e o barranco










A gruta de Colaride

Gruta de Colaride, também denominada Gruta dos Mouros, Fojo dos Mouros, Algar, etc.
Situada no limite Este da cidade do Cacém, na zona industrial a sul da fábrica de gás Flaga. Encontra-se à cota de 180 m. Esta cavidade possui 4 poços sendo o maior de 12 metros; dos restantes, dois tem uma profundidade de cerca de 7 metros e o terceiro de 4 metros. No fim do primeiro poço existe um sifão temporário. Por perto, existem várias pedreiras e parece que durante a sua laboração descobriram mais uma gruta, que terá sido destruida ou tapada, mas existe escassa informação sobre ela.
Decidi incluir esta gruta (e tudo o que a ela está ligado) aqui no blog da Ribeira das Jardas devido à sua grande importância hídrica, geológica, espeleológica, histórica, arqueológica, ecológica, ambiental, desportiva, cultural, etc.
Através do que pesquisei na net, fiquei a perceber que esta é uma das grutas mais importantes da região.

Porquê (segundo a minha opinião):

1º - Recolhe as águas pluviais da zona de colaride e vai conduzi-las até à Ribeira das Jardas.
2º - Através da poluição resultante das descargas que fazem para o barranco que entra na gruta, esta torna-se um foco de poluição para a Ribeira das Jardas (parece que um dos seus grandes poluidores era ou ainda é a fábrica de gaz Flaga que fica junto à gruta, através do despejo de poluentes à base de óleos queimados).






Saída do esgoto








3º - Está integrada num sistema ecológico com fauna e flora muito interessantes, sendo que só a gruta em si era (não tenho a certeza se ainda é) um refúgio para morcegos.
4º - Pertence a um sistema geológico muito interessante, sendo que poderia ser melhor explorado para a prática de espeleologia.
5º - Está integrada num contexto histórico e arqueológico importante.
6º - É um local que pode vir a ser excelente para a prática desportiva, sendo que já existe imensa gente que gosta de vir para Colaride andar de bicicleta, correr, passear a pé, etc.





A entrada da Gruta









Actualmente e segundo parece, a gruta estará a ficar “entupida” pelos sedimentos que nela são depositados.
Das várias imagens que encontrei na net, a entrada da gruta parece estar limpa e a descoberto, mas numa visita recente ao local, pude verificar que a entrada da gruta e o barranco que para ela corre, encontram-se completamente amatagados e todo o local está coberto por uma densa muralha de vegetação. Consegui no entanto descortinar a entrada do esgoto, que continua ainda a correr.
Da minha visita a Colaride, fica ainda o registo de que este local se encontra a ser usado como depósito de lixo, ferro-velho, lixo de obras, etc.

A titulo de curiosidade, pelas minhas pesquisas encontrei um artigo do Diário de Notícias publicado no Arqueólogo Português, na biblioteca do IGESPAR (antigo IPA, Instituto Português de Arqueologia), que trata da suposta “descoberta” de uma gruta em Colaride.
Fica aqui a transcrição:

Uma gruta em Colaride (Agualva-Cacém)

Em Colaride, perto de Agualva-Cacém, nos terrenos do Prazo Foreiro, apareceu recentemente uma gruta. Três estudantes, João José Campos de Almeida, João Maria das Neves Leitão e Alexandre Morgado, resolveram efectuar ali uma prospecção. Munidos de material apropriado iniciaram a visista, tendo oportunidade de observar a existência de uma antiga ribeira formada pela infiltração de águas pluviais e de uma nascente.
A gruta deve ter sido também utilizada como necrópole, uma vez que nela foram encontradas sepulturas contendo algumas ossadas, acompanhadas de alguns objectos. O local apresenta uma galeria principal com cerca de 90 cm de altura e 20 metros de comprimento. Esta galeria termina por uma bifurcação constituída por outras galerias mais pequenas. A do lado direito é formada por uma sala desigual, com altura de 3 metros, apresentando uma chaminé cónica. Desta galeria segue, depois, um corredor com 80 cm de altura e 2 metros de largura. A profundidade neste local atinge 12 metros. Há ainda uma terceira sala com dimensões menores, cheia de água.
A cinquenta metros da saída da gruta encontra-se um grande bloco de pedra com seis metros de comprimento por dois de largura, apresentando sulcos originais pelo constante bater da água.
A gruta de Colaride merece uma visita dos entendidos para estudo e descrição mais perfeita.
Diário de Notícias de 20-3-1968

Este artigo foi encontrado no seguinte livro:
O arqueólogo português. - Lisboa : Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia. - S. 3, vol. 2 (1968), p. 191-192









Interior da gruta







Assim, fica aqui o sumário das minhas pesquisas pela net.
É de referir o trabalho da Associação Olho Vivo, do projecto do Parque de Colaride e a Associação dos Espeleólogos de Sintra

Alguns links importantes:

http://colaride.no.sapo.pt/
http://www.olho-vivo.org/
http://www.aesintra.org/
http://www.ippar.pt/
http://www.ipa.min-cultura.pt/

Em baixo encontram-se os excertos mais importantes, bem como os links de onde a informação foi retirada.


“A Gruta de Colaride abre-se nos calcários Albianos-Cenomanianos (Cretácico), no Alto de Colaride. Trata-se de um colector natural de águas de escorrência, que se desenvolve numa extensão de cerca de 200m e atingindo um desnível da ordem dos 30m de profundidade.
Na realidade, para além das galerias conhecidas, o seu desenvolvimento está associado a evolução da rede cársica, por onde se escoam as águas que ela recolhe e que conduz para níveis inferiores, ressurgindo parte delas na Ribeira de Barcarena, perto da fábrica Cambournac.
A mais antiga referência a esta gruta data de 1463, sendo então referida como «Algar». Nos finais do século XIX, aparecem algumas menções à sua existência, no contexto de diversas intervenções arqueológicas nos terrenos adjacentes que revelaram várias ossadas humanas e objectos de adorno, datados, por Leite de Vasconcelos, da Época Romana.
Já na segunda metade do Século XX, iniciam-se as explorações espeleológicas da gruta. Estas explorações surpreenderam os espeleólogos, não só pelas dimensões que apresentava em calcários daquele género, como também pelo inesperado aparecimento de galerias verticais.
Os estudos, então desenvolvidos, revelaram ainda a existência de uma colónia de morcegos, bem corno a importância das argilas de grande pureza, tidas como de excelente qualidade medicinal.
A partir de meados da década de 70, começaram a surgir os primeiros sinais de degradação e contaminação do complexo subterrâneo, pela ocorrência de descargas de efluentes industriais e domésticos para o seu interior. Na realidade, junto ao sumidouro natural, desemboca uma conduta de águas pluviais, o que só por si não representa qualquer ameaça. Pelo contrário, ela ajudaria à manutenção da sua função de colector, não fosse a utilização abusiva da rede através da ligação ilegal de efluentes não tratados previamente.
Este facto veio subverter por completo a sua função, pois transformou a gruta num veículo de poluição subterrânea, tão prejudicial ao ambiente e mesmo à saúde pública. Tratando-se de uma zona onde ainda predominam as pequenas quintas e hortas familiares, a captação no subsolo de água para regas, estará, por sua vez, a contaminar as culturas com substâncias nocivas e altamente prejudiciais. Assim, a descontaminação das águas que para ali se encaminham, é uma prioridade absoluta, não podendo mais ser negligenciada. “

Texto de: Paulo Marques - Espeleólogo da Associação dos Espeleólogos de Sintra
Retirado do seguinte site:
http://colaride.no.sapo.pt/geologia/gruta.html



Geologia
“ A Região de Colaride, na área a proteger, do ponto de vista da respectiva constituição geológica, estende-se por terrenos do Cenomaniano médio (Cretácico, com cerca de 95 a 97 milhões de anos), de natureza essencialmente carbonatada. Com efeito, as rochas mais frequentes sâo calcários mais ou menos margosos e argilosos, de tonalidade esbranquiçada e amarela, bem estratificados. Entre os fósseis mais frequentes destacam-se foraminiferos (Praealvolina iberica, Praealvolina cretacea, Pseudocyclamina rugosa, etc.) e alguns macrofósseis de bivalves (Exogyra pseudoafricana), gasterópedes (Pteroceras incerta) e raros equinideos.
Para sul, esta série passa ao Cenomaniano superior, com calcários de rudistas (Caprinula e Sauvagesia), gasterópedes (Nerinea) e amonites (Neolobites vibrayeamus), que passa superiormente as formações basálticas e piroclásticas (tufos) do Complexo Vulcânico de Lisboa (72 MA).
Os calcários do Cenomaniano são atravessados por estruturas intrusivas filomianas ou em chaminé, onde ocorrem basaltos e outras rochas microgranulares. Numa destas ocorrências existiu uma pedreira para extracção de brita basáltica, hoje desactivada, que constitui um bom documento deste tipo de manifestações magmáticas. ”

Texto de: Prof. Galopim de Carvalho - Universidade de Lisboa. Museu Nacional de História Natural.
Retirado do seguinte site:
http://colaride.no.sapo.pt/geologia/main_geol.html




Plantas da Gruta de Colaride encontradas na net:




















Arqueologia em colaride
“Na espantosa Gruta correm duas ribeiras subterrâneas e existe uma cascata de 15 metros e um lago no entanto, desconhece-se aonde irão dar essas águas.

Foram também descobertos alguns corredores e galerias de grandes dimensões que segundo documentos já foram designados com nomes como Sala das Lamas ou Sala do Túmulo.
Curiosamente a gruta mais importante do distrito de Lisboa, onde foram encontrados em 1898 pelo arqueólogo José Leite de Vasconcelos alguns objectos de bronze e bocados de argamassa da época romana encontra-se abandonada.”

Retirado do site: http://www.cacempolis.pt/conteudo.php?id=1410&m=4


“ O "Sítio Arqueológico de Colaride" ocupa uma área consideravelmente extensa ao longo de uma plataforma localizada num esporão sobranceiro à rib.ª dos Ossos, de onde se desfruta de uma excelente visibilidade sobre a paisagem envolvente. Perfeitamente integrada no movimento generalizado de emergência dos estudos arqueológicos verificado em todo o continente europeu, e numa altura em que se aproximava um dos eventos que mais promoveria, institucional e popularmente, a Arqueologia em Portugal, a referencial IX sessão do Congresso Internacional de Anthropologia e Archeologia Pre-historica (CIAAP), realizada em Lisboa no ano de 1880, a investigação deste arqueossítio ter-se-á iniciado na segunda metade dos anos oitenta do século XIX. Com efeito, as primeiras notícias relativas a esta área arqueológica foram reportadas pelo conhecido engenheiro militar e geólogo Carlos Ribeiro (1813-1882), então ao serviço da Commissão Geológica de Portugal, tutelada pelo Ministerio das Obras Publicas, Commercio e Industria, uma tendência que seguia, no fundo, a tradição observada além fronteiras onde, mercê das características inerentes às suas responsabilidades profissionais, coubera essencialmente, e numa longa primeira fase, a geólogos e engenheiros militares a identificação de vários sítios arqueológicos, designadamente pré-históricos. Não surpreenderá, por isso, que Carlos Ribeiro, naturalmente mais atento aos materiais pré-históricos, registasse, então, a presença, no local, de instrumentos de sílex, que considerou pertencerem a quatro oficinas de talhe diferenciadas, que terão utilizado, para o efeito, a matéria-prima existente na região (COELHO, 2002, p. 278). Identificou, por conseguinte, uma estação paleolítica, conhecida na bibliografia nacional por " Casal de Rocanes". Entretanto, 1898 marcaria uma nova etapa na História da investigação do sítio, graças à execução de alguns trabalhos agrícolas, que colocaram a descoberto vestígios de uma necrópole romana, a par da entrada da própria gruta natural existente no local, ambas prospectadas por naturalistas britânicos e pelo director do Muzeu Ethnologico Portugues, José Leite de Vasconcellos (1858-1941). No conjunto, estes episódios suscitaram o interesse generalizado da comunidade científica nacional, motivando, em 1915, a deslocação de Paul Choffat ao sítio, onde recolheu alguns artefactos posteriormente conduzidos para o actual Museu Nacional de Arqueologia. De entre eles, sobressaiu, pela notoriedade e raridade em território nacional, um molde de foice, designadamente pelo facto de confirmar, de algum modo, a existência de uma metalurgia autóctone do bronze, defendida por alguns autores desde o segundo quartel do século anterior. Embora regularmente visitada por especialistas e curiosos ao longo de novecentos, o passo seguinte dado rumo a um melhor conhecimento da área ocorreu já nos anos setenta do século XX, com o surgimento de diversos fragmentos de cerâmica (nomeadamente terra sigillata) e de material de construção romanos, como tegulae e imbrices, que apontavam para a existência, no local, de um aglomerado habitacional do mesmo período, enquanto se confirmava a presença de uma área sepulcral (vide supra). Um facto que confirmava, no fundo, e como em tantos outros casos, a reutilização simbólica dos mesmos espaços e/ou suas imediações por diferentes comunidades ao longo dos tempos, sobretudo quando as condições cinegéticas eram suficientemente favoráveis para a justificar. Enquanto isso, os trabalhos executados para instalação de uma rede de gás natural na região, já na década de noventa, permitiu identificar uma pedreira explorada a céu aberto durante o mesmo período ocupacional. Alguns materiais recolhidos durante as escavações, encontram-se presentemente em depósito no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas. [AMartins]

Bibliografia

Título: "Estudo preliminar da pedreira romana e outros vestígios identificados no sítio arqueológico de Colaride ", Revista Portuguesa de Arqueologia
Local: Lisboa
Data: 2002
Autor(es): COELHO, Catarina


Título: "La fin de l'Age du Bronze dans le Centre-Portugal", O Arqueólogo Português
Local: Lisboa
Data: 1983
Autor(es): COFFYN, André


Título: Estudos pré-históricos em Portugal. Notícia de algumas estações e monumentos pré-históricos
Local: Lisboa
Data: 1980
Autor(es): RIBEIRO, Carlos


Título: "Sítio Arqueológico de Colaride ", O Arqueólogo Português
Local: Lisboa
Data: 1968
Autor(es)

Título: "Sur un moule pour faucilles de bronze provenant du Casal de Rocannes", O Arqueólogo Português
Local: Lisboa
Data: 1916
Autor(es): FONTES, Joaquim "

Retirado do Site: http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=155895


FAUNA DE COLARIDE
AVES
Estatutos:
Residente (R), Invernante (I), Estival (E), Migradora (M) - espécie que ocorre na época de migração, Ocasional (O), Potencial (P).
Garça-boieira (Bubulcus ibis) - I e M
Falcão peneireiro (Falco tinnunculus) - R
Perdiz comum (Alectoris rufa) - R
Mocho galego (Athene noctua) - R
Coruja do mato (Strix aluco) - R
Coruja das torres (Tyto alba) - R
Andorinhão preto (Apus apus) - E e M
Calhandrinha comum (Calendrella brachydactyla) - PM
Cotovia de poupa (Galerida cristata) - R
Laverca (Alauda arvensis) - I
Andorinha das chaminés (Hirundo rustica) - E e M
Andorinha dos beirais (Delichon urbica) - E e M
Petinha dos prados (Anthus pratensis) - I
Alvéola amarela (Motacilla flava) - M
Alvéola cinzenta (Motacilla cinerea) - I
Alvéola branca (Motacilla alba alba) - I
Estorninho preto (Sturnus unicolor) - R
Carriça (Troglodytes troglodytes) - R
Ferreirinha comum (Prunella modularis) - I
Fuinha dos juncos (Cisticola juncidis) - R
Toutinegra de barrete preto (Sylvia atricapilla) - R e I
Papa-amoras-comum (Sylvia communis) - M
Toutinegra de cabeça preta (Sylvia melanocephala) - R
Felosa do mato (Sylvia undata) - R ou I
Felosa musical (Phylloscopus trochilus) - M
Felosa comum (Phylloscopus collybita) - I
Felosa ibérica (Phylloscopus Brehmii) - PM
Estrelinha de cabeça listada (Regulus ignicapillus) - I
Papa-mosca cinzento (Muscicapa striata) - M
Chasco cinzento (Oenanthe oenanthe) - M
Cartaxo comum (Saxicola torquata) - R
Rabirruivo preto (Phoenicurus ochruros) - I
Pisco de peito ruivo (Erithacus rubecula) - I
Rouxinol comum (Luscinia megarhynchos) - M
Melro preto (Turdus merula) - R
Tordo comum (Turdus philomelos) - I
Chapim azul (Parus caeruleus) - R
Chapim real (Parus major) - R
Trepadeira comum (Certhia brachydactyla) - I
Pardal comum (Passer domesticus) - R
Tentilhão comum (Fringilla coelebs) - I
Chamariz (Serinus serinus) - R
Verdilhão comum (Carduelis chloris) - R
Pintassilgo (Carduelis carduelis) - R
Pintarroxo comum (Carduelis cannabina) - R
Trigueirão (Milaria calandra)
Escrevedeira de garganta preta (Emberiza cirlus) - R
Rouxinol dos caniços (Acrocephalus scirpaceus)- M
MAMÍFEROS
Coelho(Oryctolagus cuniculus)
Lebre (Lepus capensis)
Arganaz ou Leirão (Eliomys quercinus)
Ouriço caixeiro (Erinaceus europaeus)
Rato do campo (Apodemus silvaticus)
RÉPTEIS
Sardão (Lacerda lepida)
Lagartixa comum (Podacis hispanica)
Lagartixa do mato (Psedamodomus alginus)
Cobra rateira (espécie potencial)
Cobra de ferradura
Cobra de escada
Osga “

Retirado do seguinte site: http://colaride.no.sapo.pt/fauna/index.html

Flora

Nome comum - Zambujeiro (oliveira brava)
Designação científica - Olea europea silvestris

Nome comum - Sobreiro
Designação científica - Quercus suber

Nome comum - Carrasco
Designação científica - Quercus coccifera

Nome comum - Alecrim
Designação científica - Rosmarinus officinalis L.

Nome comum - Madressilva
Designação científica - Lonicera periclymenum L.
Designação científica - Rubus fruticosus

É possível ver mais pormenores no seguinte site: http://colaride.no.sapo.pt/flora/index.html

Como chegar a Colaride:
http://colaride.no.sapo.pt/localizacao/index.html
Ainda há mais a dizer sobre este sitio, mas o post já vai longo.
Fica a promessa de voltar a falar deste lugar.